Codinome frio da solidão;
Abrindo as atividades no nosso blog, vou destrinchar um pouco da história da formação da banda. Espero que esse post se perca no amontoado de conteúdo que vamos criar por aqui. Não porque eu não o considere, mas porque eu acredito que um bom segredo tem que deixar sua cauda de fora (risos).
Existem duas versões de como tudo começou, e eu (frio da solidão) vou explicar pelo meu ângulo os acontecimentos.
Em algum momento de 2018/19 eu estava empenhado em um projeto de música cover com uns colegas (estou tentando me esforçar para lembrar como cheguei nesse projeto, mas sem sucesso). E após alguns ensaios pegando músicas do hard rock farofento, que todo “serumano” descente gosta, eu decidi que gostaria de usar o suor de cada dia para criar músicas e parar de ficar me expressando pelas palavras de outros. Decidido isso, eu comecei a lançar a ideia internamente na banda. Em um primeiro momento, todos me deram as costas, mas logo depois o baterista (que eu irei chamar de Tablito Stronda, por questões de sigilo) me comunicou que tinha, sim, esse interesse. E assim foi, seguramos a mão um do outro e fomos em busca de formar nossa banda.
Um tempo se passou e Tablito Stronda me comunicou que conhecia um guri de um antigo projeto que ele participou (é aqui que as versões se colidem) também estava a procura de uma banda autoral para poder chamar de sua, e concluído nossa conversa marcamos de tirar umas músicas para se entrosar no primeiro ensaio. Devo deixar público minha nota de repúdio (e, de certa forma, consideração) ao convidado que me fez tirar músicas dos “Micos do Ártico”, uma banda que me desagrada em demasiado.
É chegado o dia da tão esperada jam, e para minha surpresa, entra no estúdio um guri que parecia ter sido batizado baseado na própria lata, vocês o conheceram como Valentino, com um cabelo muito bem cuidado, o beiço naturalmente reluzente e uma guitarra SG pelada, como se tivesse sido raspada com os dois dentes da frente em um ataque de fúria do pequeno gafanhoto.
Fizemos nossa Jam, que deve ter soado como o último grito de vida de um periquito faminto abandonado pelo dono, e nos adicionamos no whats, já com a alcunha de “colegas de banda”.
Em algum momento depois, Valentino nos comunicou que conhecia mais membros para o projeto, que não tardou em convidá-los para uma jam. E lá fomos eu e Tablito Stronda para um apartamento no famoso morro da Carvoeira, nos aconchegar em um quarto de 8×3 onde já se encontravam mais três jovens: o nosso imensurável Valentino e mais dois garotos altos que serão chamados de Mordenkainen (menino esguio de um nome pretensioso, mas que conhecendo-o bem hoje, é completamente compatível) e Barney (um “serumano” esbelto e aconchegante, provavelmente o roteirista de Care Bears). Acontece que Valentino convidou-os ambos para a mesma função, serem o tecladista do projeto (que maravilha! Risos) e na hora do samba sobrou para Barney tocar uma guitarra xexelenta que estava por lá dando sopa. Mordenkainen não demorou muito a demonstrar sua extrema destreza no “biruliro” dos teclados, impressionando a todos, menos a quem já o conhecia. Valentino tentou convencer Barney (e posteriormente todos da banda) de que ele deveria tocar sax ao invés de guitarra, mas Barney estava decidido que usaria essa oportunidade para evoluir nesse novo instrumento que ele já nutria um desejo (estou inventando essa parte do desejo). Não lembro muito bem quais músicas tiramos para esse primeiro encontro, mas meio que continuamos a nos adicionar no whatsapp, então, sinal que estávamos rumando ao lugar certo.
Após alguns ensaios notamos que ficar dividindo os vocais não estavam agradando muito (nota: nesse momento ainda tocávamos cover, mas existia a intensão de migrar para o som autoral em algum momento) começamos então a pensar em possíveis colegas para tomar o lugar de frontman e após nenhum segundo, Mordenkainen lançou um candidato: ele era foda, sem igual, a melhor voz que ele já havia escutado. Não existia a menor chance de encontrarmos ninguém tão bom quanto esse rapaz. Eu nem o conhecia/ouvi e já estava impressionado com sua destreza e habilidade. Marcamos então uma jam com esse tal ser divino, a voz do blues, segundo Mordenkainen (mentira, acho que ele nunca disse isso, mas talvez gostaria). Ele apareceu e, devo admitir, sua voz era realmente diferenciada, uma pena que ele tinha vergonha de cantar, então procurava se conter e manter-se na sua região de conforto. Podemos chamá-lo de Kaleo, acho apropriado. Kaleo então seria o notório upgrade da nossa banda se não fosse nosso amigo Barney aparecer com seu sax e impressionar todo mundo (eu principalmente, porque não faço a menor ideia de como funciona um sax, deve ser difícil, os músicos sempre parecem sofrendo e suando pra tocar).
E assim estava fechada nossa primeira formação. Tablito Stronda na bateria, eu no baixo, Barney na guitarra/sax, Valentino na guitarra solo, Mordenkainen nos teclados e Kaleo nos vocais. Só precisávamos de um nome…
Eu devo ter feito algumas listas na minha cabeça sobre o nome mais apropriado, até aquele momento, ainda estávamos tocando covers, em sua maioria influências do tecladista. Acabamos por escolher uma sugestão de Barney (que não por acaso, batizou o nome atual, e a mesma historia se repetiria) criativamente nos chamando de Aipim seco, para seu espanto, o que era para ser uma brincadeira, meio que agradou a todos, e agora Barney estava arrependido de ter sugerido tal infâmia (risos). Devo admitir que gostei, acho que passava bem a vibe de todos naquele momento.
Seguimos tocando por uns meses, nos aperfeiçoando e investindo fisicamente e de coração ao projeto. Eu, pelo menos, passava horas do meu dia imaginando logos, ícones, músicas, shows e acho que consegui passar essa energia empolgada para os outros membros, tanto que Valentino embarcou super empolgado também.
Após alguns, muitos, ensaios naquele quarto com cheiro de jovens dinâmicos, estávamos começando a nos coçar para tocar em algum lugar, mas não rolava um entendimento interno sobre as músicas que pegaríamos para tocar. Cada um queria levar para um lado, um artista ou estilo específico, ninguém aguentava mais Rolling Stones e ninguém gostava das minhas sugestões. Pô! RPM é muito legal!
Ainda nesse empasse e já nos sentindo arrastados, Tablito Stronda nos comunica sua saída do projeto, não sem antes nos deixar uma nota de incentivo, e aqui vou parafraseá-lo: não adianta perder tempo com isso, não tem como ir para frente. Desfalcados, e após levar uma chinelada dessas na orelha, tentamos seguir, mas infelizmente algumas semanas depois, nosso querido Kalel também nos deserdou, mas ele tinha um motivo, eu acho.
E lá estávamos nós, caminhando pelo vale das sombras da morte, temendo todo o mal e sem esperança de continuar com o projeto. Continuamos a nos encontrar e a elaborar uma solução para esse desfalque, assim como o vasco, estávamos nos questionando, porque Deus nos odeia?!
Espalhados pelo quarto, uns na cama, outros no chão, outros de pé, começamos a esboçar o que seria nossa primeira música autoral, uma patuscada que nos deixou rindo de doer a barriga, e no meio daquela risadaria acredito que uma fagulha nasceu e colocou fogo nas “cabisbaichisses”. Estávamos de volta ao game, só precisaríamos de um batera e voz.
Algum tempo passou quando começamos a levantar possíveis nomes. Eu já tinha alguém em mente, mas fomos para o ensaio com a primeira candidata. Seu nome será Nirvana. Ainda precisávamos de alguém para as baquetas, foi aí que Mordenkainen afirmou conhecer uma amiga que gostaria de tocar com a gente… descobrimos no dia do ensaio que essa amiga era sua progenitora. Não sabíamos muito bem o que pensar, mas naquela altura, nos apenas agradecemos que tínhamos uma banda completa novamente. Janes Joplin, a mãe de Mordenkainen, assumiu as baquetas nesse ensaio com Nirvana e deu tudo certo, tocamos algumas músicas novas e outra a pedido da cantora.
Passado o ensaio, decidimos não continuar com ela, por mais que tudo tenha saído muito legal, não sentimos aquela “sinergia” necessária. Do you know what i mean?
Voltamos para o quartel-general e eu estava doido para colocar minha carta na mesa. Eu tinha certeza de que iria dar boa! Chamei então um amigo que havia cantado comigo em um projeto de 2016 e que, ao contrário de mim, tinha um grande talento para cantarolar. Quando ele chegou no pequeno quartinho, um canhão de luz de 25 mil Watts foi ligado e todos dentro do ambiente tiveram que colocar seus óculos escuros para não se cegar, tamanho era seu esplendor. E quando ele abriu a boca disse: oi, meu nome é Nerve (assim que vocês vão conhecê-lo)! Todos se aconchegaram para conhecê-lo e entre perguntas e piadas, começamos a compor o que viria ser nosso primeiro trabalho juntos. Mordenkainen trouxe uma melodia que gostaria para um refrão, seguido de Barney e eu que desenvolvemos um tema tão idiota que somente Valentino para completar com ideias e adicionando algumas melodias sugeridas pelo novo colega estava (semi)pronta nossa primeira filha, nossa primeira música. Foi batizada de PHN e nós a olhamos como pais recém divorciados olham suas vidas de solteiro, existia esperança, existia magia, nós estávamos em sintonia e não havia nada nesse universo de meteoros esparsos que poderia nos parar!
Nerve entrou na banda e após alguns ensaios ainda com Janis Joplin na bateria sua cria Mordenkainen acertadamente, (a meu ver) considera que seu estilo de composição está afetando muito o grupo e que se ele for para uns instrumento que tem menos afinidade ele vai conseguir nos dar mais espaço para criar, assumindo assim as baquetas da banda. E estava tudo caminhando, mas algo ainda estava errado! Achávamos que esse nome já não nos cabia mais, precisávamos mudar! Em um lapso de (des)inteligência Barney nos propõe outra patuscada “E se nos chamássemos I-TA-CO-RU-BOYS?” Naquele instante nos deslocamos do espaço-tempo e na velocidade da luz começamos a nos observar em câmera lenta. Olhando no fundo dos olhos uns dos outros, todos empolgados, com exceção de Barney que novamente arrependido da brincadeira, se tocou que precisaria conviver com isso para o resto do sempre. Tínhamos encontrado não apenas um nome, mas nosso título, nossa bandeira. E assim nasceu a primeira formação da Itacoruboys com Nerve nos vocais, Valentino na guitarra solo, Barney na guitarra base, eu no baixo e Mordenkainen na bateria.
Fim.
Espero que você tenha gostado dessa leitura, muito provavelmente eu troquei algumas datas e nomes (nomes eu fiz de proposito) ou a ordem de acontecimentos e contribuições, mas acredito que é válido como intenção de entretenimento.
Volte futuramente para ler mais causos da banda, caso você tenha interesse.
Um grande abraço e se agasalhe!


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